quarta-feira, 3 de julho de 2013

Telexfree: Ministério Público do Consumidor alerta para o fato que não haverá recursos para pagar a todos os divulgadores


 Apesar de a Justiça do Acre ter bloqueado o dinheiro da Telexfree e os bens de seus sócios, não há garantias que os divulgadores vão receber o que aplicaram na empresa. Os líderes de rede, chamados também de empreendedores e que estão no topo do esquema, poderão ser obrigados a devolver o que receberam pelos trabalhos de recrutamento de novos seguidores e de divulgação do negócio.


O presidente da Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor (MPCON), Murilo de Moraes e Miranda, explica que como a empresa será impedida de continuar a crescer não haverá recursos para pagar o grupo, formado por em média um milhão de brasileiros no país e no exterior.

Ed. Arte - Genildo


















O MPCON é um dos órgãos que investigam a atuação da Telexfree no país e que verificam ainda práticas abusivas de outras sete empresas do setor de marketing multinível. Segundo ele, o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor tem certeza da irregularidade da companhia. Por causa disso, alerta as pessoas envolvidas a se preparem para não contar mais com o dinheiro que colocaram na empresa.

“A Telexfree é pirâmide. Não resta dúvidas. E muita gente pode sair no prejuízo. Quando a companhia for de forma efetiva extinta, será necessário recorrer aos bens dos sócios da empresa e também apreender o patrimônio dos divulgadores que tiveram retorno financeiro milionário. Só assim será possível compensar os pequenos investidores”, diz.

A Justiça do Acre apreendeu das contas de dois proprietários da Telexfree a quantia de R$ 6 bilhões. Se os recursos fossem divididos igualmente aos divulgadores, cada um teria direito a R$ 6 mil.

A questão é que há casos de divulgadores – de acordo com reportagem do jornal do dia 27 de junho – que aplicaram mais de R$ 300 mil e só recuperaram até agora R$ 90 mil. Em alguns Estados onde a Telexfree é investigada, existem pessoas que venderam carros, casas, pegarem empréstimos para entrar no sistema e garantir assim um retorno financeiro muito maior do que os investimentos tradicionais do mercado.

Responsabilizados

No Espírito Santo, além da investigação criminal feita pela Delegacia de Defraudações (Defa), a Promotoria do Consumidor da Serra também apura se a empresa fere os direitos dos consumidores ao oferecer dinheiro fácil.

O promotor responsável por conduzir o inquérito civil, Sant'Clair do Nascimento Júnior, explica que além dos donos da empresa, divulgadores que assediam outras, prometendo ganhos milionários, também poderão ser processados.

“Vamos separar, na investigação, os divulgadores que entraram no esquema por boa-fé das pessoas que recrutam outras só para se beneficiarem do esquema”, diz.

Na primeira semana de agosto, o promotor deve começar a ouvir os donos da empresa e divulgadores. “Vamos esperar apenas a quebra do sigilo fiscal e bancário na esfera criminal para verificarmos o modelo de operação da empresa e assim entrarmos com uma ação civil pública”.

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Fonte: A Gazeta

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