sexta-feira, 5 de julho de 2013

Seis presidentes querem desculpas de França, Espanha, Portugal e Itália, por incidente com Morales

Os presidentes de Argentina, Bolívia, Equador, Suriname, Uruguai e Venezuela exigiram, nesta quinta-feira (4), que França, Espanha, Portugal e Itália se desculpem por ter proibido o trânsito por seu espaço aéreo do avião do líder boliviano Evo Morales.
"Exigimos dos governos de França, Portugal, Itália e Espanha as desculpas públicas correspondentes em relação aos graves fatos suscitados", diz uma declaração lida pelo chanceler boliviano, David Choquehuanca, ao final da reunião informal em Cochabamba, no centro da Bolívia.
Os presidentes de Equador, Rafael Correa; Uruguai, José Mujica; Argentina, Cristina Kirchner; Bolívia, Evo Morales; Venezuela, Nicolas Maduro, e do Suriname, Desi Bouterse, em Cochabamba. (Foto: Juan Karita / AP Photo)Os presidentes de Equador, Rafael Correa; Uruguai, José Mujica; Argentina, Cristina Kirchner; Bolívia, Evo Morales; Venezuela, Nicolas Maduro, e do Suriname, Desi Bouterse, em Cochabamba. (Foto: Juan Karita / AP Photo)
Os líderes regionais afirmaram que a "afronta" sofrida por Morales na Europa não é apenas pessoal, mas sim uma agressão a toda a América Latina.
A declaração apoia "a denúncia da Bolívia junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos por grave violação e risco concreto à vida do presidente Morales, e respalda o direito da Bolívia de realizar as ações necessárias nos tribunais e instâncias competentes".
Os presidentes também "concordaram em formar uma comissão de chanceleres encarregada de realizar as ações necessárias para esclarecer os fatos".
Na noite de terça-feira (2), o avião de Morales foi afetado pelo fechamento temporário do espaço aéreo dos quatro países europeus por suspeitas de que transportava o ex-consultor de inteligência Edward Snowden, considerado foragido pelo governo dos Estados Undiso por vazar documentos secretos.
Morales iniciou o encontro em Cochabamba criticando, especialmente, a atuação do embaixador espanhol na Áustria - onde fez um pouso de emergência - por exigir revistar o avião presidencial para autorizar seu acesso ao espaço aéreo espanhol.
Antes do início da reunião, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) foi a responsável pelo fechamento do espaço aéreo ao avião de Morales, que realizava o trajeto Moscou-La Paz.
Maduro revelou que quando estava na Belarus foi informado de que o avião de Morales havia pousado de emergência em Viena, e decidiu realizar telefonemas para saber o que havia ocorrido. Em um destes telefonemas a Portugal, França, Itália e Espanha "um ministro nos disse pessoalmente que iriam pedir desculpas porque foram surpreendidos e informados pela CIA de que Snowden estava a bordo".
Morales informou que "vai estudar e, se for necessário, fechar a embaixada dos EUA na Bolívia". "Não tremeria a mão para fechar a embaixada dos EUA, temos dignidade, soberania, e sem os EUA estamos melhor politicamente, democraticamente", afirmou Morales, que em 2008 expulsou o embaixador dos EUA por conspirar contra seu governo.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, exigiu em Cochabamba uma desculpa pública dos governos europeus que negaram a autorização de voo sobre seu espaço aéreo a Evo Morales. "Quero pedir a vocês - muito serena, mas muito seriamente -, que violaram o direito, que se retratem e assumam os erros cometidos, que peçam perdão alguma vez na sua vida pelo que fizeram".
"No sul, fomos ensinados desde pequenininhos a reconhecer quando cometermos um erro, ou algum equívoco, ou pelo menos a pedir desculpas a quem ofendemos", acrescentou Cristina Kirchner.
Da reunião na Bolívia em apoio a Evo Morales também participaram os presidentes Rafael Correa (Equador), José Mujica (Uruguai) e Dési Bouterse (Suriname).
Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário