quarta-feira, 10 de julho de 2013

Dilma viaja ao Uruguai para discutir espionagem dos EUA

A presidente Dilma Rousseff viaja às 18 horas desta quinta-feira (11) ao Uruguai para participar da reunião da cúpula do Mercosul, em Montevidéu. Durante o encontro, em que estarão presentes os chefes de Estado dos países que compõem o grupo, deverá ser discutido, entre outros temas, o indício de espionagem dos Estados Unidos no Brasil.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, funcionou em Brasília, pelo menos até 2002, uma das estações de espionagem em que agentes da CIA e funcionários da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) trabalharam em conjunto para monitorar dados a partir daqui.

A viagem de Dilma coincide com o “Dia Nacional de Lutas”, convocado pelas centrais sindicais para esta quinta e que promete parar São Paulo e diversas cidades do país. O movimento coloca os trabalhadores na rota de protestos que começou na capital paulista em 6 de junho e segue mobilizando o Brasil.

A presidente evitou viagens internacionais no último mês e deu preferência em seu gabinete a despachos relacionados à onda de manifestações. Cancelou, inclusive, uma viagem ao Japão que aconteceria na semana em que fez seu pronunciamente oficial – em rede nacional de rádio e TV – sobre os protestos e anunciou o pacto nacional pela mobilidade urbana e um plebiscito para a reforma política.

Os sindicalistas discordam em alguns pontos sobre as reivindicações do protesto de quinta. Enquanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apoia a consulta popular para a reforma política – como defendem o PT e o governo federal -, trabalhadores ligados à Força Sindical e à CSP-Conlutas são contrários à ideia. Dessa forma, as bandeiras conjuntas defendidas serão a redução da jornada, o fim do fator previdenciário e o combate à terceirização dos postos de trabalho.

Na terça-feira (9), o ex-presidente Lula viajou a Brasília para conversar com Dilma sobre o momento político e, claro, a mobilização sindical. Lula é um dos principais defensores da união e representatividade dos países do Mercosul.

Mercosul
Além da discussão da espionagem dos EUA no Brasil, a cúpula do Mercosul deverá adotar medidas de retaliação ao episódio do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales. A aeronave foi proibida de pousar em países europeus para abastecer pois havia suspeita de que Edward Snowden, técnico de informática que vazou documentos sigilosos americanos, estava a bordo. Dilma foi a última presidente do bloco a se pronunciar sobre o caso, classificando-o como “constrangedor”.

Na sexta-feira (12), a Venezuela assume a presidência do Mercosul, substituindo o Uruguai, que ficou à frente do bloco nos últimos seis meses. A rotação no comando do grupo é feita periodicamente e segue ordem alfabética.

Brasil, Uruguai, Venezuela – mais recente integrante -, e Argentina fazem parte do Mercosul. O Paraguai está suspenso desde a deposição do presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.

Fonte: Terra Magazine

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