Entre as capitais mais violentas estão: Maceió/AL, a primeira da lista com 94,5 homicídios por 100 mil
habitantes. Logo depois vêm João Pessoa/PB
com taxa de 71,6, Vitória/ES com
60,7, Salvador/BA com 59,6 e Recife/PE com 47,8. São taxas bem acima da média nacional, 20,4, e dos
níveis considerados toleráveis pela ONU, que giram em torno de 10 homicídios
por 100 mil. Com uma taxa de 23,5, o Rio aparece em 19º lugar na lista. A
cidade de São Paulo apresentou taxa de 10,4 e está na 25ª colocação.
Para Júlio Jacobo Waiselfisz,
coordenador do Mapa da Violência 2013, a declarada priorização da segurança
pública por governadores e iniciativas do governo federal tais como a campanha
do desarmamento não foram suficientes para forçar a queda dos índices de
violência na primeira década do século XXI. Do ano 2.000, segunda metade do
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, até o fim do segundo
mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 2010, foi registrada uma
taxa de aproximadamente 20 homicídios com armas de fogo por 100 mil habitantes.
— Não tenho elementos para julgar
(a correção) das políticas de segurança. Mas se está havendo alto índice de
violência, nossas políticas não são suficientes — comenta Jacobo.
O estudo confirma ainda a
"nacionalização" dos homicídios e duas diferentes tendências da
violência. O número de assassinatos a tiros tem aumentado em áreas
tradicionalmente hospitaleiras do Norte e do Nordeste e diminuído no Sudeste, a
partir de avanços registrados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dos cinco
estados mais violentos do país em 2010, três estão na região Nordeste: Alagoas,
Bahia e Paraíba. Quatro das cinco cidades com os piores dados estão no litoral
da região: Maceió, João Pessoa, Salvador e Recife.
Para Jacobo, a escalada da
violência em cidades e estados do Nordeste não significa que está havendo uma
"nordestinização" da matança. Para ele, o que está havendo é a
expansão em âmbito nacional da criminalidade. As mortes violentas, que antes de
concentravam em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio, estão se
espalhando pelo país. O movimento acompanharia a desconcentração industrial e
os deslocamentos populacionais ligados às atividades econômicas.
— Não dá para dizer que está
havendo uma nordestinização da violência. A violência tem crescido também no
Paraná, em Santa Catarina e no entorno de Brasília — disse Jacobo.
Santa Catarina sofreu aumento de
homicídios de 44,5% na década, embora ainda permanece com taxa de 8,5
homicídios por grupos de 100 mil. O Distrito Federal, com uma taxa de 25,3 por
100 mil, está em 9º lugar no ranking de assassinatos com armas de fogo. O Mapa
da Violência apresenta o ranking de homicídios das cidades com mais de 20 mil
habitantes.
Entre as cinco cidades mais perigosas do país estão: Simões Filho, na Bahia, com taxa de
141,5 homicídios por 100 mil habitantes; Campina
Grande do Sul, no Paraná, com 107,0, Lauro
de Freitas na Bahia com 106,6, Guaíra
no Rio Grande do Sul com 103,9, e Maceió em Alagoas com 91,6. São números
piores que o de Medellin e Bogotá, na
Colômbia, no auge do poder do narcotráfico de Pablo Escobar.
Fonte: O Globo
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