domingo, 25 de março de 2012

A cada mês, 2,5 mil novos automóveis chegam às ruas de Natal

Há pelo menos 10 anos Natal não recebe obras de mobilidade urbana de grande envergadura. Paralelo a isso, a cada mês 2,5 mil novos veículos são registrados em Natal, ou seja, 30 mil carros por ano começam a circular no sistema viário da capital potiguar. O resultado é o que se vê nas ruas da capital potiguar: trânsito complicado e congestionamentos cada vez maiores. Para tentar minimizar os problemas enquanto as obras de mobilidade urbana previstas para a cidade não chegam, a saída tem sido o investimento em pequenas intervenções, como instalação de rotatórias, implantação de sinalização e reorganização de vias. "Ninguém espera revolucionar o trânsito de Natal ou acabar com os engarrafamentos da cidade com essas pequenas intervenções. São medidas paliativas com prazos de validade estipulados, mas que ajudam muito na fluidez do trânsito", diz o secretário de mobilidade urbana de Natal, Márcio Sá. Ajudar ajuda, mas não resolve.


Amarelinhos organizam trânsito no horário de pico. Foto: eduardo Maia/DN/D.A Press
O trânsito de Natal tem sido motivo de estresse e reclamação de muitos motoristas. Mas, para quem acha que está ruim, é bom saber que a situação pode piorar, e muito. O doutor em engenharia de transporte, Enilson Santos, defende que Natal ainda não vive um caos no trânsito, mas está seguramente caminhando em direção a ele. "Eu diria que caótico, academicamente e tecnicamente falando, não é um adjetivo que eu possa usar hoje para definir o trânsito de Natal. O que a gente poderia chamar de trânsito caótico é aquele que gera congestionamento em qualquer lugar, a qualquer hora de qualquer dia. Porque o estabelecimento do caos se dá quando não se precisa de nada para que exista um congestionamento. Eu diria que a gente está em um trânsito que revela uma tendência rápida ao congestionamento sistêmico, que já apresenta sinais preocupantes de congestionamentos em alguns momentos, mas são todos estatisticamente previsíveis. Mais do que previsível, é para mim uma certeza estatística que vai haver congestionamento às 18h na Salgado Filho".

Enilson defende aideia de que é possível fazer muito com pouco dinheiro e por causa disso já conquistou a fama de "defensor dos projetos pobres". "Natal tem uma experiência, da década de 90, que não foi tão pequena, em que o Detran, com uma equipe muito pequena, projetou varias intervenções de pequeno porte que deram uma folga durante muito tempo para o trânsito de Natal. Eu cito duas que podem ser consideradas geniais: o alargamento da boca da Mor Gouveia quando chega na Prudente de Morais, que foi um investimento mínimo e permitiu uma maior fluidez naquela região; e a conexão com possibilidade de tráfego entre a Romualdo Galvão e a Hermes da Fonseca, na altura da Praça Augusto Leite. Isso desafogou o tráfego na Hermes porque a Romualdo passou a ser uma opção. Essas intervenções do Detran, dos vindos de 1995, foram muito significativas para mostrar que é possível fazer muito com pouco dinheiro", aponta o especialista.

Um exemplo mais recente de pequena intervenção aplicado em Natal e com resultados positivos foi a implantação do projeto Via Livre na Avenida Romualdo Galvão. A medida fez com que o tráfego na via passasse de 4 mil veículos por dia para 10 mil, e a velocidade média no local passasse de 27 km/h para 40 km/h. A fluidez da Romualdo Galvão ajudou a desafogar um pouco o trânsito nas Avenidas Prudente de Morais e Salgado Filho.

Fonte:Diário de Natal

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