Foi dentro de uma cela que o ex-policial militar Antonio Galdino Silva Neto, 44 anos, viveu os piores cinco anos de sua vida.
Quando tinha pouco mais de 20 anos, foi acusado de matar a própria esposa, com um tiro acidental. Sentenciado e preso, ele ainda foi obrigado a conviver lado a lado com os mesmos criminosos que, um dia, ajudou a colocar atrás das grades.
O tempo passou, a pena foi concluída, mas ainda hoje as grades fazem parte da vida do ex-policial. A diferença é que elas não têm mais a finalidade de prendê-lo. Atual diretor do Presídio de Sapé, localizado a 55 quilômetros de João Pessoa, Silva Neto é único ex-presidiário da Paraíba que se tornou o administrador de uma instituição prisional.
Casado, evangélico e estudante do terceiro período do curso de Direito, o diretor conta que não foi fácil mudar o próprio destino.
Apesar do ambiente hostil, foi na cadeia que ele começou a estudar. “Concluí o ensino fundamental e o médio. Quando terminei minha pena, saí pela porta da frente. Procurei emprego, mas não conseguia por causa de meu passado. Depois de algum tempo, comecei a trabalhar na Assembleia Legislativa e acabei, neste ano, sendo nomeado para assumir a direção do Presídio de Sapé”, conta.
Com uma pistola na cintura e vestido com o uniforme preto, cedido pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Secap), Silva Neto relembra a própria história com um certo brilho nos olhos. Apesar de admitir que o passado não foi fácil, ele revela que sente orgulho de determinadas decisões que tomou.
Fonte: Blog do Cardoso Silva
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