 |
Ney Lopes |
De acordo com o Jornalista, advogado e ex-deputado federal, Ney Lopes, apuradas as urnas após uma eleição, elas mostram lições e conseqüências.
No RN, o futuro político da governadora Rosalba Ciarlini e das
oposições, pós eleição de 2012, apresentam algumas lições e
conseqüências.
Senão vejamos.
A governadora saiu-se bem do processo eleitoral, considerando o pesado
fardo que recebeu de herança em 2010 e carrega nas costas.
As últimas pesquisas indicam substancial redução do seu desgaste político. Uma luz se acende no final do túnel.
Com mais de 200 milhões de reais a menos nos repasses do Fundo de
Participação, em matéria de gastos tem apelado para o espírito público,
inclusive do Judiciário e do Ministério Público.
Atravessou o processo eleitoral sem denuncias de uso da máquina.
Um ponto positivo.
Venceu onde deveria e teria que vencer: a sua cidade Mossoró.
Em Natal, preferiu-se a isenção e logo após a vitória do novo prefeito colocou-se a disposição para o diálogo administrativo.
E a oposição ganhou fôlego para impedir a reeleição de Rosalba em 2014?
Difícil prever, porque nenhum partido saiu fortalecido. Tudo girou em torno de pessoas.
O PSD adotado pelo vice governador serviu apenas para acomodar
dissidências municipais, sem agregar lideranças firmes que pesem no jogo
eleitoral futuro.
O DEM – partido da governadora - talvez caminhe para uma fusão.
Ganhar em Salvador e Aracajú não será suficiente para justificar o fortalecimento da sigla.
Inclusive porque, certamente ACM Neto, que exercerá forte influência no DEM, se transformará na bússola.
Ele já sinalizou que vai procurar a presidente Dilma e o governador baiano do PT para dialogar.
Mostra que não assumirá posição raivosa, ou politicamente contestadora.
Escreva o internauta: não será surpresa se, em médio prazo, ACM Neto optar por uma sigla partidária próxima ao Planalto.
Há pouco tempo falou-se na sua ida para o PDT.
Repito: não será surpresa.
Ele se formou na escola do pragmatismo, herdada do avô Antonio Carlos
Magalhães, que era um expressivo líder popular, acima das ideologias e
das doutrinas. Tinha brilho e visão próprios. Despertava ódio e paixões.
Como político atraiu a simpatia até de Fidel Castro, líder comunista
internacional, a quem recebeu duas vezes em Salvador e ajudou
pessoalmente, junto ao presidente Sarney, no restabelecimento das
relações entre Cuba-Brasil e na montagem do sistema de telecomunicações
do país caribenho, o que nunca foi esquecido por Fidel.
Ouvi na Câmara Federal inúmeros depoimentos sobre a maneira magnânima
como ACM tratava os partidos de extrema esquerda na Bahia, sem jamais
persegui-los.
Na sucessão do general Figueiredo, após acompanhar desde o início a
Revolução de 1964, ACM deixou o PDS e assumiu ostensivamente a
candidatura de Tancredo Neves e José Sarney.
Caso ocorra um precedente de mudança partidária de ACM Neto, ou fusão
do DEM com outro partido, inevitavelmente o fato influirá na decisão da
governadora Rosalba Ciarlini, por ser ela a única governante do partido,
em todo o país.
Por outro lado, a oposição estadual não se fortaleceu nas urnas de 2012.
A vitória de Carlos Eduardo e Vilma não fortalece, por si só, as oposições locais. Em curto prazo haverá afastamento dos dois.
Praticamente impossível a convivência. Quem viver verá.
O PT teve um bom desempenho, com o nome de Mineiro em Natal. Isso não
significa trunfo para disputar e vencer o governo do estado.
Quando muito garantirá a eleição de Mineiro para deputado federal,
desde que Fátima Bezerra dispute uma vaga no Senado, correndo sérios
riscos, dependendo dos demais oponentes.
Pelo visto – embora tudo possa mudar até 2014 – o cenário da política
norte-rio-grandense não se alterou, com as eleições municipais.
Os grupos políticos saíram praticamente com o capital que entraram,
salvo vitórias inesperadas aqui, ali e acolá, de uns e de outros.
Independente de ser um personagem novo ou velho não apareceu no debate
eleitoral potiguar nenhuma proposta, idéia inovadora, ou liderança
emergente.
Marasmo e mesmice, totais e absolutos.
Fazer o que, senão esperar para ver o que acontecerá no futuro?.........
Já para Moura( jbmoura.com), o mapa logo abaixo, mostra claramente a atual situação.
Após a definição do segundo turno em
Natal que resultou na vitória de Carlos Eduardo, do PDT, o mapa
eleitoral do Rio Grande do Norte se modificou. Das 165 cidades, O PMDB
foi o partido que elegeu a maioria dos prefeitos, com 51. Veja a seguir o
novo quadro político do estado.
Partidos e prefeitos eleitos:
PMDB 51 / DEM 24 / PSD 21 /PSB 19 / PR 18/ PP 8/ PMN 8/ PT 6/ PSDB 3/ PTB 2/ PPS 2/ PV 2/ PC do B – 1/ PDT – 1
Fonte:jbmoura.com
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